SBN conference2 
  • 13 horas de discussão,
  • 5 mesas redondas,
  • 1 sala de negócios,
  • 1 sessão plenária,
  • mais de 30 membros do painel e oradores,
  • mais de 150 participantes,
  • 5 entidades governamentais representadas

Os três C's: clima, COVID, e conflito expuseram ainda mais a fragilidade dos sistemas alimentares em Mocambique e a relevância de abordar o papel de cada interveniente no sistema alimentar para o tornar funcional.

De acordo com o Food System Dashboard, o sistema alimentar é o conjunto das pessoas e actividades que desempenham um papel no crescimento, transporte, fornecimento e, em última análise, na alimentação. As diferentes partes do sistema alimentar incluem cadeias de abastecimento alimentar, ambientes alimentares, factores individuais, e comportamento do consumidor, bem como factores externos (factores que influenciam o sistema).

O sector privado desempenha um papel preponderante para garantir o funcionamento adequado do sistema alimentar, e mais do que nunca têm o direito de encontrar formas inovadoras de ultrapassar e reinventar a forma como os negócios são feitos para enfrentar os vários desafios do sector.

A SBNMOZ como plataforma com o mandato de melhorar e reforçar a contribuição do sector privado para melhorar a nutrição, promove sessões de diálogo nacional para catalisar os esforços do sector privado como forma de transformar os sistemas alimentares em Moçambique.

Em Novembro de 2022, a SBNMOZ implementou a sua 4ª conferência anual, destacada por discussões técnicas em torno de diferentes temas, com o objectivo final de acelerar a transformação dos sistemas alimentares para a nutrição em Moçambique.

A conferencia incorporou e 6 mesas redondas onde foram debatidos os seguintes temas:

  • A cadeia de valor da pesca e o seu impacto na nutrição em Cabo Delgado - Áreas de investimento e parcerias.
  • A indústria nacional do sal - Modelos de negócio para acelerar a iodização universal do sal.
  • Finanças combinadas acelerando a transformação dos sistemas alimentares
  • O sistema de aquisições do PMA – Oportunidades para produtores e fornecedores de alimentos a nível nacional
  • A avicultura em Moçambique - Modelos de negócio para transformação do sector familiar no aumento dos volumes de produção avícola em Moçambique
  • As tecnologias nos sistemas alimentares pela nutrição e melhores dietas - O poder dos dados na transformação dos sistemas alimentares nacionais
             Video SBN photo
 

Os principais destaques das discussões da 4 conferencia anual da SBNMOZ

 A avicultura em Moçambique

A fim de garantir a transformação dos sistemas alimentares, o sector agro-alimentar, em particular a produção avícola, deve passar gradualmente da escala de produção familiar para uma escala de produção (semi-)industrial. Actualmente, o mercado avícola nacional apresenta uma grande proporção de produtores informais, que não fazem parte das estatísticas e, consequentemente, vulneráveis a vários riscos, com ênfase nos riscos de biossegurança, devido à falta de supervisão e de responsabilização.

Durante a mesa redonda sobre a avicultura, e entre pequenos e grandes produtores, o Governo, organizações não-governamentais e associações, foram levantadas recomendações para a realização da auto-suficiência neste sector, que incluem

  • Investir em tecnologias de fácil gestão
  • Implementar políticas de importação que incentivem o investimento no sector
  • Criação de fundos de investimento ajustados à realidade da informalidade do sector
  • Criação de maior capacidade infra-estrutural para processamento
  • Garantia de assistência técnica

"O sector familiar na produção de frangos contribui com cerca de 60% da produção total de carne, sendo neste aspecto mais robusto do que a indústria, mas é um sector que está completamente ligado à indústria através da aquisição de factores de produção, matérias-primas, já na produção de ovos a contribuição do sector familiar é ainda incipiente com cerca de 10%". Zeiss Lacerda, AMIA

 

Cadeia de valor das pescas em Cabo Delgado

Apesar do enorme potencial que Moçambique tem para o sector das pescas, devido à sua extensa linha costeira, este sector não tem sido alvo de grandes investimentos, mantendo a actual produção à escala artesanal/familiar.

Um dos maiores desafios neste sector são as perdas pós-captura, devido a vários factores, principalmente equipamento de captura, conservação, transporte e tempo de chegada ao mercado.

Uma das acções para colmatar este défice no sector seria garantir uma abordagem holística que não implicasse necessariamente retirar do mercado aqueles que já fazem parte da cadeia, mas sim melhorar a produção, formar pescadores para melhorar as suas técnicas de conservação e venda, reduzindo assim os riscos de perdas pós-captura, e consequentemente garantir uma maior disponibilidade de peixe de qualidade. Os investimentos devem ser acompanhados pelo reforço das capacidades destes produtores, como forma de criar sustentabilidade, tanto económica como ambiental.

Principais recomendações do painel:

  • Devem ser construídas infra-estruturas adequadas nas áreas de desembarque do pescado
  • É necessário formar e capacitar a população na gestão dos recursos, a fim de garantir a qualidade do produto desde a captura até ao consumidor
  • Deve ser identificada uma empresa logística que possa garantir a conservação, o armazenamento e o transporte adequado
  • A utilização de novas técnicas de secagem e fumagem do peixe deve ser encorajada
  • A criação de associações de pescadores deve ser encorajada, para uma melhor defesa e estruturação do seu mercado
  • Deve-se investir em tecnologias de energias renováveis
 

O uso de dados para a transformação dos sistemas alimentares nacionais

Ao ritmo actual do mundo, as soluções baseadas na tecnologia são fundamentais para assegurar um sistema alimentar funcional, de modo a que possamos alcançar a transformação a que aspiramos. As tecnologias têm o potencial de reduzir esforços, distâncias, tempo, recursos e assim obter melhores resultados mais rapidamente e ter os mesmos resultados globalmente disponíveis.

"Este painel de controlo deve envolver a participação de todos os interessados, uma vez que pode ser utilizado em várias perspectivas, tanto para a tomada de decisões políticas, como também a nível empresarial". Alberto Tsamba, UEM

Apesar dos vários desafios que as tecnologias ainda colocam no país, especialmente na área agro-alimentar, onde temos grande parte da produção a ser feita numa base de subsistência e em áreas com pouca cobertura tecnológica, devemos olhar para a tecnologia e inovação como uma das soluções para conseguir a transformação dos sistemas alimentares.

 

Finanças combinadas

Para assegurar uma maior maturidade das empresas agro-alimentares, devemos encorajar o reforço da capacidade de gestão empresarial e a adopção de soluções inovadoras e tecnológicas". Salim Valá, PCA da Bolsa de Valores de Moçambique

Em Moçambique, temos cerca de 70% das famílias envolvidas na actividade agrícola. Este sector contribui com cerca de 23% do Produto Interno Bruto, mas, infelizmente, estas empresas não estão preparadas ou cotadas na bolsa. Por outras palavras, estas empresas dificilmente podem fazer uso dos mecanismos financeiros tradicionais, devido aos elevados custos e riscos, mas também existe uma falta de conhecimento de mecanismos alternativos.

Outro aspecto importante é o desenvolvimento de capacidades das empresas para acederem ao financiamento. Vemos muitas empresas candidatarem-se ao financiamento e quando questionadas sobre aspectos básicos de um plano de negócios (ferramenta essencial para o sucesso da empresa), tais como concorrência, mercado, não conseguem responder. Este factor representa um risco quando se trata de financiamento, porque nenhum investidor quer dar o seu dinheiro a uma empresa mal preparada ou estruturada devido ao elevado risco de falência.

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4ª Conferencia Anual do SBN: o futuro

  • Investir na inovação, novos modelos de negócio e tecnologia na área agro-alimentar
  • Promover a capacitação das PMEs, como parte importante da cadeia de abastecimento alimentar, estas devem estar capacitadas e preparadas para responder aos desafios do mercado.
  • Defender políticas que incentivem um maior investimento no sector agro-alimentar
  • Assegurar a sistematização dos dados que ajudarão a visualizar a situação dos sistemas alimentares nacionais e a ajudar na tomada de decisões principalmente em relação às políticas necessárias para alcançar o objectivo do GDS de melhorar a segurança alimentar e nutricional até 2030
  • Investir na abordagem de financiamento misto, assegurando a integração entre mecanismos tradicionais e não convencionais e a complementaridade entre os programas de investimento das agências de desenvolvimento
  • Investir e encorajar mais investimento em mulheres e jovens empresários
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