As empresas e os governos têm vindo progressivamente a reconhecer que as intervenções nutricionaisno local de trabalho são um investimento estratégico com grandes retornos na saúde e produtividade dos trabalhadores.
O local detrabalho é um cenário ideal para fornecer e promover a boa nutrição, uma vez que os trabalhadores, geralmente com contextos educativos e preocupações com a saúde semelhantes, estão presentes durante grande parte doseu dia. Por outro lado, a jornada laboral pode ser a única oportunidade de estes trabalhadores comerem uma refeição nutritiva (um modelo e uma lógica não muito diferentes dos populares programas de alimentação nas escolas).
Os empregadores podem adoptar um conjunto de políticas e programas para melhorar consideravelmente a nutrição e produtividade dos seus trabalhadores:
Programas de apoio à amamentação: o apoio à amamentação pode incluir pausas remuneradas para amamentação, instalações adequadas à amamentação, uma declaração de política/materiais pedagógicos para apoiara amamentação no local de trabalho, a fim de sensibilizar os empregadores e gestores, e um ambiente favorável no local de trabalho.
CANTINAS E COZINHAS: a criação de uma cantina com refeições nutritivas ou a alteração da ementa de uma cantina existente permite às empresas controlar o custo, a qualidade e a segurança dos alimentos fornecidos aos trabalhadores. A disponibilização aos trabalhadores de informações sobre boa nutrição, de locais de refrigeração (incluindo para guardar leite materno) e de aulas de cozinha pode ajudá-los a prepararem refeições tão nutritivas quanto possível.
VALES DE REFEIÇÃO: as pequenas empresas que possam não ter condições para disponibilizar uma cantina podem proporcionar aos empregados os benefícios de uma refeição nutritiva através de vales de refeição.
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL: as empresas podem oferecer educação nutricionalaos empregados, a fim de mudar percepções, atitudes e competências para uma alimentação mais saudável. Trata-se de uma iniciativa extensívelaos programas comunitários, com o estabelecimento de parcerias entre empresas, por um lado, e, por outro, centros de saúde nas comunidadese prestadores de serviços de extensão, no sentido de integrar a educação nutricional e outros serviços nos programas existentes.
HORTAS COMUNITÁRIAS: em determinados contextos de trabalho (pornorma, nas zonas mais rurais), os empregadores podem ceder espaços aos trabalhadores para o cultivo em hortas dos seus próprios produtos hortícolas, destinados a um consumo doméstico ou até, nalguns casos, à venda.
SUMPLEMENTAÇÃO: um programa de suplementação de vitaminas e minerais da responsabilidade dos empregadores poderia beneficiar determinadas classes de trabalhadores particularmente expostas a certos riscos, devendo ser idealmente executado em conjunção com os programas de refeições nutritivas que estejam em vigor.